Memória da Imprensa
A imprensa que fez história, presente no Arquivo Público do Estado de São Paulo

Reportagens

Inauguração de Brasília

Para cobrir a inauguração de Brasília em 1960, Nelson Rodrigues pegou carona em um dos ônibus da excursão de alunos do CPOR (Centro de Preparação de Oficiais da Reserva), onde seu filho Joffre estudava.

O texto que produziu para o Ultima Hora ganhou chamada de capa e é característico do autor: muito pouco convencional. Logo no início, Nelson descreve como os ônibus que iam pela estrada Belo Horizonte-Brasília paravam a todo o momento para que meninas e meninos pudessem aliviar-se daquela “cistite cívica”.

Favorável a Juscelino Kubitschek e à nova capital da República, Nelson batizou o texto com o título “A derrota dos cretinos” e fez uma provocação aos opositores, como o poeta Carlos Drummond de Andrade, dizendo que gostaria de vê-lo como um candango, “sujando-se limpa e nobremente no pó de Brasília”.[1]CASTRO, Ruy. O Anjo Pornográfico. São Paulo: Cia. das Letras, 2010. p. 310.

David Nasser e Accioly Netto

De seus amigos de imprensa, destacamos dois textos encontrados no acervo digitalizado. O primeiro é uma reportagem sobre a peça Vestido de Noiva, publicada em A Cigarra, de outubro de 1945, e assinada pelo jornalista David Nasser. Na última página o texto também descreve como será a encenação de A mulher sem pecado pela companhia Os Comediantes. Confira a matéria nas páginas 103 a 106 e 127 do PDF.

A outra reportagem é do jornalista Accioly Netto sobre O calvário do “Anjo Negro”, relatando a dificuldade de Nelson em colocar a peça em cartaz após o sucesso de Vestido de Noiva. O texto traz o perfil dos atores escolhidos, principalmente Maria Della Costa, Itália Fausta e Orlando Guy, e também o trabalho de direção de Ziembinski e os cenários dele e de Sandro Polloni. A matéria é de janeiro e a peça estreou em 2 de abril de 1948, no Teatro Phoenix, no Rio de Janeiro. Confira nas páginas 67 a 69, 78 e 90 do PDF.