A vida como ela é...
No final da década de 1940 e início de 1950, o prestígio de Nelson Rodrigues estava abalado com a má recepção de peças que ele mesmo chamava de “desagradáveis”, pelas temáticas polêmicas como os incestos de Álbum de Família (1945), que foi censurada; pela prostituição em Senhora dos Afogados (1947), proibida por cinco anos; pela abordagem do preconceito em Anjo Negro (1948); além da incompreensão do público e da crítica em Dorotéia (1950).
Então, em 1951, Samuel Wainer procura-o para fazer parte de seu novo jornal, para o qual estava montando equipe com um bom salário, graças ao apoio do governo de Getúlio Vargas. Era o início do jornal Ultima Hora, no qual Nelson criou, sob encomenda de Wainer, uma coluna diária sobre algum fato cotidiano ligado à editoria de Polícia. Essa coluna foi A vida como ela é..., que logo deixou de falar do cotidiano para contar histórias fictícias, quase sempre sobre adultério – o sucesso foi estrondoso e a coluna permaneceu no Ultima Hora durante dez anos.[1]CASTRO, Ruy. O Anjo Pornográfico. São Paulo: Cia. das Letras, 2010. p. 236.
A inspiração partia de histórias contadas por amigos e, principalmente, por situações que Nelson Rodrigues presenciou em sua adolescência e juventude na zona norte carioca; além de toneladas de imaginação.
Selecionamos o texto “Depois da lua de mel”, escrito para a coluna A vida como ela é..., na edição de 5 de agosto de 1954.
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