Memória da Imprensa
A imprensa que fez história, presente no Arquivo Público do Estado de São Paulo
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Nacional

Antes do golpe

Estado de sítio é decretado para São Paulo e demais estados. Primeira página.

Estados se preparam

Edição de sete de outubro de 1930 traz notícias dos revoltosos em Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Primeira página.

Após a vitória

Getúlio Vargas é aguardado em São Paulo, segundo manchete do jornal A Platéa, de 27 de outubro de 1930. Primeira página.

Repercussão

Diário de Santos comemora a vitória da revolução. Páginas 1 e 2 do PDF.

Declarações de Vargas à imprensa estrangeira

Jornal A Platéa transcreve entrevista que Getúlio Vargas concedeu ao jornal londrino Morning Post sobre o futuro governo. Primeira página.

La Difesa

Jornal antifascista da colônia italiana em São Paulo traz editorial sobre a revolução de 1930. Primeira página.

Apresentação

A grande novidade da década de 1920 no setor de comunicações foi o surgimento do rádio, que possibilitou maior difusão de notícias, embora o radiojornalismo só tenha se tornado realidade com as transmissões sobre a Revolução Constitucionalista em 1932[1]PILAGALLO, Oscar. História da Imprensa Paulista. São Paulo: Três Estrelas, 2012. p. 104.. Quanto aos jornais, havia intensa restrição ao trabalho da imprensa e a censura já não era novidade para os jornalistas, porque desde o início da República os governos criavam leis para impedir a livre expressão.

O país entrou em estado de sítio logo após a revolta tenentista de 1922, durante o governo de Epitácio Pessoa, situação mantida pelo seu sucessor, Arthur Bernardes[2]PILAGALLO, Oscar. História da Imprensa Paulista. São Paulo: Três Estrelas, 2012. p. 76.. Em 31 de outubro de 1923 entra em vigor a lei de imprensa Adolfo Gordo, nome do senador paulista criador do texto. Entre os dispositivos repressivos dessa lei incluíam-se penas de prisão e multa para os autores de abusos, como ofensas ao presidente da República e a chefes de Estado estrangeiros, proibição do anonimato, entre outros.

O período apresentado nesta edição do site Memória da Imprensa (1921 a 1930) traz notícias do final da República Velha, com a tomada do poder federal por Getúlio Vargas em 3 de novembro de 1930, à frente da Aliança Liberal formada por Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba. A aliança formou-se contra o presidente paulista Washington Luis, que decidiu colocar Julio Prestes, também paulista, como sucessor, quebrando o acordo da chamada política do café com leite, na qual se revezavam paulistas e mineiros.

Grande parte da imprensa esteve ao lado da Aliança Liberal. Em São Paulo, eram favoráveis aos revoltosos O Estado de S. Paulo, o Diário Nacional, o Diário de São Paulo e A Praça de Santos. Enquanto que alguns dos favoráveis ao governo eram o Correio Paulistano, A Gazeta, o Jornal do Comércio e o Diário Popular[3]SODRÉ, Nelson Werneck. História da Imprensa no Brasil. 4. ed. Rio de Janeiro: Mauad, 1999. p. 371.. A imprensa paulista que se identificava com a República Velha sofreu as consequências da oposição a Vargas. Logo após sua vitória diversos jornais foram alvos de ataques ou empastelados, como o Correio Paulistano, a Folha da Manhã, a Folha da Noite, A Gazeta e Fanfulla[4]MARTINS, Ana Luiza; LUCCA, Tania Regina de. Em Imprensa e Cidade. São Paulo: Editora UNESP, 2006. p. 54..

Um caso peculiar era o do jornal A Platéa, que apoiava o governo, mas mudou de postura e passou a defender a Aliança Liberal de Vargas no final de 1929, com a chegada de um novo editor. Segundo o livro A imprensa confiscada pelo Deops 1924-1954:

De maio a novembro de 1929 [A Platéa] atuou como uma espécie de “diário oficial” dos governos estadual de Júlio Prestes e federal de Washington Luís, até que, com a nova direção de Pedro Cunha a partir de novembro de 1929, mudou sua linha editorial, passando a publicar matérias favoráveis à Aliança Liberal e a Getúlio Vargas, o que também não o impediu de demonstrar desagrado ao manifesto de Vargas quanto às eleições de 1930 e condenar o assassinato de João Pessoa.[5]CARNEIRO, Maria Luiza Tucci; KOSSOY, Boris (Orgs.). A imprensa confiscada pelo Deops 1924-1954. São Paulo: Ateliê Editorial; Imprensa Oficial; Arquivo do Estado, 2003. p. 92.

O jornalista Assis Chateaubriand também foi um grande defensor das ideias de Vargas por meio de seus primeiros jornais, o carioca O Jornal (1924) e o paulistano Diário da Noite (1925). Em 1929 lançava o Diário de São Paulo, que conquistou o público com distribuição gratuita por um mês para potenciais assinantes[6]SODRÉ, Nelson Werneck. História da Imprensa no Brasil. 4. ed. Rio de Janeiro: Mauad, 1999. p. 368.. Além de engajar-se na campanha da Aliança Liberal, convenceu alguns aliados a defender os oposicionistas. Conseguiu recursos para adquirir ou fundar outros jornais e formar o Diários Associados, o maior grupo de comunicação do Brasil por algumas décadas, sempre atrelado ao poder político e econômico vigente[6]MARTINS, Ana Luiza; LUCCA, Tania Regina de. Em Imprensa e Cidade. São Paulo: Editora UNESP, 2006. p. 55..

Acesse algumas notícias referentes a esse período nos links ao lado.

Assucar em tablettes Matarazzo.

Assucar em tablettes Matarazzo. Revista A Cigarra, 1921.

Meias Visetti.

Meias Visetti. Revista A Cigarra, 1921.

Casa Lemcke.

Casa Lemcke. Revista A Cigarra, 1921.