Charges e Ilustrações
Mestre dos palcos
Belmonte faz caricatura do artista Procópio Ferreira em 1923. Página 8 do PDF.
Série
Belmonte retrata os poetas de salão em três charges da revista A Cigarra de 1923, inclusive os chamados “futuristas”. Páginas 8, 19, 21 e 22 do PDF.
Versão dos fatos
Belmonte critica as relações humanas nas charges “Capaz de tudo” e “À primeira vista”. Páginas 8 e 21 do PDF.
Retrato
Autocaricatura de Belmonte. Página 52 do PDF.
Archimillionarios
Desenho de J. Carlos na revista Para Todos. Página 18 do PDF.
Para Todos
J. Carlos ilustra poema de Olegário Mariano, “Palavras a um desgraçado”. Página 16 do PDF.
Capa
Produção de J. Carlos para revista Para Todos, em setembro de 1930. Página 1 do PDF.
Sob sua direção
Ilustração de J. Carlos na revista Para Todos, da qual era diretor ao lado de Álvaro Moreyra. Página 16 do PDF.
Alvarus
O caricaturista ilustra uma bela mulher no poema “Desilusão”, de Joracy Camargo, em 1930, na revista Para Todos. Página 40 do PDF.
Paulo Werneck
Criador dos murais em mosaico da igreja da Pampulha, em Belo Horizonte, também fez ilustrações para diversas revistas, entre elas a Para Todos, em 1930. Página 60 do PDF.
Apresentação
Nesta edição, Memória da Imprensa abre uma seção específica para “Charges e Ilustrações”, apresentando a produção de chargistas, ilustradores e atividades como a criação de cartuns e vinhetas. Sabe-se que o cartum, a charge e a ilustração apresentam nuances que diferenciam uma atividade da outra; no entanto, ao longo da história da imprensa, os mesmos artistas frequentemente atuaram nas diversas atividades. Reunir todo seu trabalho, de modo que se permita deparar com semelhanças e contrastes de estilo e temáticas, realça a necessidade de agrupá-las numa única seção.
Nos anos 20 – período aqui abordado – a presença da ilustração e atividades similares se manifesta como aspecto marcante das publicações, notadamente as revistas. Referindo-se aos ilustradores da época, Ana Luiza Martins afirma que “a ilustração subsidiou a produção periódica, por vezes em atuação mais importante que o próprio redator”[1]Martins, Ana Luiza. Revistas em revista: Imprensa e Práticas Culturais em Tempos de República. São Paulo: Edusp; Fapesp; Imprensa Oficial do Estado, 2001. p. 184.. Trata-se de um período em que a produção dos ilustradores, não raro, equipara-se em importância ao conteúdo textual, tornando-se evocação imediata ao se mencionar um título de revista: fala-se em Para Todos, associa-se ao traço de J. Carlos.
A necessidade da imagem, por vezes, é relacionada ao contexto da época e do próprio público. “Num país de maioria analfabeta, a ilustração foi mais eficaz que a letra, de alcance imenso, levando-se em conta a força da imagem, decisiva para a comunicação de massa”[2]MARTINS, Ana Luiza e LUCCA, Tania Regina de. Em Imprensa e Cidade. São Paulo: Editora UNESP, 2006. p. 44.. A variada gama de imagens na mídia impressa também se acopla aos ares de modernidade da década de 20: padrões visuais com elementos decorativos e a própria temática, comentando situações cotidianas.
No entanto, a imagem gráfica presente nas revistas dos anos 20 não se limita a refletir as condições do período. São imagens que chegam à fruição do espectador contemporâneo pelas características marcantes de sua linguagem visual – o refinamento das linhas de contorno, as texturas inventivas, o contraste claro/escuro, os ritmos visuais em harmonia com o suporte bidimensional. A utilização de tais recursos não se restringe às ilustrações e charges, ampliando-se para vinhetas, para a composição das páginas e da revista como um todo. Afinal, não raro, o trabalho do ilustrador abarcava outras atividades: a diagramação, a criação de logos e anúncios. Anos 20, um período fértil na história da imagem brasileira. Entre seus protagonistas, J. Carlos, Belmonte, Alvarus, e tantos nomes trazidos nas páginas digitalizadas nesta seção. Um capítulo da imprensa para os olhos e, evocando a revista, para todos.
Texto de Sérgio Meurer – Escritor, ilustrador e pesquisador. Executivo Público do Centro de Difusão e Apoio à Pesquisa do Arquivo Público do Estado de São Paulo. Doutor em Comunicação e Semiótica: Artes, pela PUC/SP. Professor universitário de disciplinas como “Ilustração” e ”Linguagem Visual”. Recebeu Prêmios Adolfo Aizen e o Prêmio Monteiro Lobato de Literatura Infantil.
Secretário: Edson Aparecido
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