Reconfiguração urbana

   Em 1886, a capital de São Paulo contava com 74.895 habitantes. Em 1920, o número saltou para 654.578, o que demonstra um crescimento populacional vertiginoso, motivado em grande parte pela entrada de imigrantes na cidade. De 1880 até 1920, houve períodos em que o número de estrangeiros foi maior do que o de nacionais, como em 1893, quando a população era formada por 44,4% de nacionais e 55,6% de estrangeiros¹. Nesse período, São Paulo recebeu diversas etnias, que trouxeram consigo vários idiomas, religiosidades e posicionamentos políticos. Enfim, inúmeras culturas vieram à tona. É comum ouvir dizer que nas ruas “se escutava mais o italiano do que o português”, isso porque os italianos foram o maior contingente de imigrantes a entrar no Brasil.

   Os imigrantes espalharam-se pela cidade. Bairros industriais como Móoca, Brás, Água Branca, Belenzinho, Ipiranga, Cambuci, Bom Retiro e Vila Mariana tinham muitos moradores operários italianos, espanhóis, portugueses e ex-escravos. Os japoneses concentraram-se no bairro da Liberdade; os húngaros, na Mooca, no Brás e na Vila Anástacio; os judeus, no Bom-Retiro; e a região da Sé e Santa Efigênia teve a presença dos sírios-libaneses.

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¹ Confira a “tabela 40” em: EMPLASA. Memória Urbana – A Grande São Paulo até 1940. v. 2. São Paulo: Arquivo Público do Estado de São Paulo; Imprensa Oficial, 2001. 3 v. p. 47.

 


A Imigração no Estado de São Paulo (1880-1920)



 
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