A Voz da Raça
Órgão oficial da Frente Negra Brasileira é lançado em março de 1933.
Chibata
O jornal denomina-se “o chiste da verdade, na mentira dos chistes que presenciamos contra o negro”. Última página.
O Clarim da Alvorada
Edição que inicia a 3ª fase do jornal, em 28 de setembro de 1940, traz o editorial “Não principiamos, continuamos...”, de José Correia Leite, relembrando a importância histórica do jornal para o movimento negro. 1ª página.
Tribuna Negra
O texto A mocidade negra demonstra preocupação em relação ao futuro dos jovens negros e faz uma homenagem a Luis Gama. 1ª página.
A Imprensa Negra nos anos 1930
Jornais criados por grupos em defesa dos negros existiram desde 1915, publicando variedades, poesia, notas sobre aniversários e casamentos na comunidade, e ainda poucos textos reivindicando melhor posicionamento na sociedade. Mas é a partir dessa época que se inicia uma consciência de grupo. Alguns jornais desse período são O Menelick (1915), O Xauter (1916) e O Alfinete (1918).
A luta pelos direitos começa a ser mais intensa na pauta dos jornais O Getulino (1923) e O Clarim da Alvorada (1924). Mas é na década de 1930 que esse nicho da imprensa ganha força, com a criação da Frente Negra Brasileira (FNB), em 1931, organização formada por intelectuais e militantes, com finalidade política. A FNB é considerada o primeiro movimento negro do Brasil. Tinha como objetivo principal a ascensão social de seus participantes, estimulando-os a estudar, trabalhar, ter casa própria e progredir. Para isso, eram feitas domingueiras (reuniões sociais aos domingos) com o objetivo de educar e conscientizar os participantes.
A FNB cria seu veículo próprio em 1933, A Voz da Raça, que “era um jornal combativo e chegou a ser divulgado no exterior [...]. Dispunha de um corpo fixo de colaboradores e aceitava colaboração de voluntários – brancos e negros –, desde que defendessem ideias que interessassem ao movimento.”[1]FERRARA, Mirian Nicolau. A imprensa negra paulista (1915-1963). São Paulo: Universidade de São Paulo, 1982. p. 202..
Como também havia discordância entre os grupos, em 1932 encerrou-se a publicação de O Clarim da Alvorada em virtude de divergências com a FNB. Então, nesse ano foi lançado um pequeno jornal, o Chibata, que satirizava e criticava a FNB[2]FERRARA, Mirian Nicolau. A imprensa negra paulista (1915-1963). São Paulo: Universidade de São Paulo, 1982. p. 202.. O Clarim voltaria a circular em 1940, iniciando sua 3ª fase.
Com a grande projeção alcançada, a FNB transforma-se em partido político. Chegou a participar de uma eleição sem sucesso e foi extinta pelo Estado Novo em 1937.
Selecionamos exemplares dos jornais O Clarim da Alvorada, Tribuna Negra e Chibata. Acesse nos links à esquerda.
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