Especial

130 anos da abolição, sob inspiração de Luiz Gama
Entrevista com a professora Lígia Ferreira [*] [**]

Foto: Editoria/APESP

Marcelo Chaves (equipe de editoria/APESP) entrevista Lígia Fonseca Ferreira

Marcelo Chaves (equipe de editoria/APESP) entrevista Lígia Fonseca Ferreira

A primeira quinzena do calendário deste mês de maio registra duas efemérides importantes e inter-relacionadas. No dia 13 de maio, comemora-se a formalização do fim da escravidão no Brasil. O Estado brasileiro, por meio de ato sumário, Lei nº 3.353, determina o fim da escravidão, nestes termos:

Art. 1º - É declarada extincta desde a data desta lei a escravidão no Brazil.

Art. 2° - Revogam-se as disposições em contrário.

Entretanto, 129 anos de república e de “liberdade” bastam-nos para demonstrar que, por meio de Lei não se acaba com violência secular e introjetada na cultura cultivada pelo próprio Estado por quase 400 anos.

O 1º de maio, dia dedicado à reflexão sobre o trabalho, mostra que os trabalhadores ainda lutam por muitas emancipações, constando em suas pautas o fim do preconceito, do racismo e até mesmo de escravidão contemporânea, ainda persistente.

O portal deste Arquivo deixa registrada sua singela comemoração dos 130 anos da abolição no Brasil, divulgando entrevista com a professora da Unifesp, Dra. Ligia Fonseca Ferreira, estudiosa do líder negro Luiz Gama, que recentemente foi agraciado com o título de Patrono da Abolição brasileira. [1]

Trata-se de instigante entrevista exclusiva à equipe de editoria do Arquivo Público do Estado de São Paulo, realizada no agradabilíssimo ambiente da biblioteca da Aliança Francesa, sediada na rua General Jardim, na República, instituição familiar da nossa entrevistada, da qual ela foi aluna, diretora e é atual conselheira.

Buscar inspiração na intensa e brilhante vida do líder Luiz Gama, com suas múltiplas e geniais habilidades, pouco conhecidas pelos brasileiros, seria um bom caminho para se pensar alternativas nos dias atuais. É o que nos orienta Lígia Ferreira, pesquisadora ativa do nosso Arquivo.

Abolição foi o resultado de uma série de movimentos sociais e de pressões

Profa. Dra. Ligia Fonseca Ferreira

Existe uma visão dividida: uns acham que não há o que comemorar, outros acham que há o que comemorar. Eu, pessoalmente, acho que precisamos lembrar, sim. Especificamente o 13 de maio não pode ser esquecido, apagado em função de outras datas que pretendam substituí-la, porque é um momento importante da vida nacional. Podemos notar até um espelhamento do que estamos vivendo hoje, um momento de fraturas sociais, ideológicas, projetos que estão dividindo e inflamando a vida política brasileira.

Havia pressões de correntes que tentavam manter o escravismo em função dos grandes proprietários de terras e também de outras forças políticas que viam isso como um atraso que tinha impacto internacional. O Brasil era visto como o último país a abolir a escravidão e, nas Américas, a instituir a República. Essas eram marcas de um país retardatário.

A pressão era enorme desde antes da independência, quando o país era visto como uma excentricidade em relação ao restante das nações americanas.

A abolição não pode ser vista como uma dádiva da princesa Isabel, isso não existe. A abolição foi o resultado de uma série de movimentos sociais, de pressões que vieram de vários lados.

Ainda que tardia

Profa. Dra. Ligia Fonseca Ferreira

Eu acho que havia condições de extinção da escravidão 20 anos antes. Aqui, os paulistas, liderados por Luiz Gama, apoiavam-se no modelo de abolição dos EUA em 1865. Nós tivemos uma Lei muito restritiva em 1831, relativa à proibição de importação de escravos. A exemplo do que ainda se pratica hoje, eram leis que não eram aplicadas. À época, havia um grupo em São Paulo que formava uma vanguarda que protagonizou o resgate dessa Lei de 7 de novembro de 1831, e que, portanto, punha em questão a escravidão.

Muitos apontam o recrudescimento da luta abolicionista só a partir do final da década de 1870. Mas os estudos mais recentes mostram que esse movimento é bem anterior, já desde 1868, e que teve uma figura de proa, um abolicionista negro, que certas gerações sequer sabiam de sua existência. Trata-se de um processo que dura cerca de 20 anos, que começa fortemente em São Paulo.

Entretanto, quem vai nos contar isso depois, e que se consagra na história oficial da abolição, apaga atores, agentes e todo esse processo que dura 20 anos.

Luiz Gama Patrono da abolição, por quê?

Profa. Dra. Ligia Fonseca Ferreira

São conhecidos alguns dados biográficos de Luiz Gama, mas a sua obra, os seus legados militantes e intelectuais não aparecem. Eu tenho me dedicado à pesquisa da vida dele e contribuído para trazer isso à tona por meio de artigos e outros trabalhos.

A gente olha tanto para os exemplos de fora do Brasil, figuras emblemáticas como Frederick Douglass e a gente esquece de figuras da envergadura de Luiz Gama. Nascido livre na Bahia, filho de africana icônica, Luiza Mahin, [2] sobre a qual ele foi o primeiro a falar, Luiz Gama é vendido pelo pai, sobre quem paira toda uma nuvem de mistério. Era um pai branco, amoroso, segundo o próprio Luiz. Não era uma relação estável, obviamente.

Imagem da capa do livro de Lígia Ferreira, recém lançado pela Imprensa Oficial

Imagem da capa do livro de Lígia Ferreira, recém lançado pela Imprensa Oficial http://livraria.imprensaoficial.com.br/catalogsearch/advanced/result/?name=Com+a+palavra+LUiz+Gama

A sua mãe desaparece por causa do envolvimento político nas insurreições na Bahia e ele fica somente com o pai e aos dez anos Luiz é vendido como escravo, vivendo assim até os 17 ou 18 anos. Tudo isso nos baseamos em depoimentos do próprio Luiz Gama, extraído de documentos. Há uma carta que ele deixa a um amigo no final da vida; um amigo importantíssimo, jovem republicano, Lúcio de Mendonça, que seria futuro fundador da Academia Brasileira de Letras.

Luiz Gama é o único intelectual negro brasileiro que passou pela experiência da escravidão, tornou-se abolicionista, autodidata, advogado e que se dedica integralmente à causa das pessoas. Ele atua nos tribunais e na imprensa.

Pelo fato de ser ele um homem negro que sofreu a escravidão e por ter tido esse papel protagonista 20 anos antes da abolição de 1888, que, diga-se de passagem, ele não assistiu, porque faleceu antes, então, Patrono da Abolição faz muito sentido.

Pessoas ilegalmente escravizadas

Profa. Dra. Ligia Fonseca Ferreira

Já em meados dos anos 1860, Luiz Gama começa a mexer numa ferida profunda que representa uma ameaça à propriedade escravista e ao próprio sistema judiciário. E é aí que vai a sua inovação (o que nos aproxima do Brasil de hoje) em que Luiz Gama questiona essas instituições que eram coniventes com essas práticas ilegais. Se há uma lei de 1831 que proíbe o tráfico, como é que continua chegando escravos?

É emblemático o uso da expressão “pessoas ilegalmente escravizadas”, que contém três elementos importantes em contexto de resgate de uma “letra morta” no Brasil que é a lei de 1831, que, segundo Câmara Cascudo, foi a que deu origem à expressão “para inglês ver”. Àquela época, tratar como pessoa, significava dotar de personalidade o escravo. Note-se que a figura do escravo estava ausente da Constituição de 1824. Ou seja, os escravos não eram considerados pessoas e nem podiam se representar juridicamente. Então, tem aí uma inovação jurídica muito importante feita pelos abolicionistas desse período. Ilegalmente porque ele vai provar que já não podia se praticar o tráfico. E escravizado e não “escravo”, pois, escravizado é aquele que sofre a ação de outrem.

Das letras e de luta

Profa. Dra. Ligia Fonseca Ferreira

Luiz Gama foi um dos primeiros redatores, parceiro de Ângelo Agostini [3] nos primeiros jornais do estado de São Paulo. Então, o nome dele também está associado à campanha abolicionista, dos ideais republicanos, do jornalismo ilustrado engajado, de uma nova forma de advocacia pro bono, e por isso agora foi reconhecido pela OAB. Com o seu grupo de maçons da Loja América [4] – que se baseava no modelo americano e não para a velha Europa - ele cria os primeiros cursos populares para populações pobres. Qualidades que poucos conhecem. Antes, torna-se escritor, poeta, jornalista, ou seja, um homem da palavra. Ele só aprendeu a ler e a escrever com 17 anos. Mais tarde ele cria os cursos para adultos que vai evoluindo para cursos livres, abertos, noturnos e cria uma biblioteca popular com o seu clube. Nessa época, o jornalismo é uma forma de exercício político, mas é também uma escrita literária. Ele é autor de um livro que teve duas edições. Eu costumo dizer que são dois livros, porque da primeira para a segunda edição o livro mais do que dobra. Ele abandona as suas ambições literárias como uma forma de se tornar um homem recebido no campo das letras e se dedica de corpo e alma para essa outra forma de literatura que é o jornalismo. Eu tenho um desejo que as pessoas possam usufruir cada vez mais dos escritos de Luiz Gama. Eu me preparo para trazer mais textos inéditos de Luiz Gama, colhidos nos arquivos, nos jornais, porque ele é um escritor de primeira grandeza, o que não tem sido destacado.

Republicanos de cúpula versus republicanos de base popular

Profa. Dra. Ligia Fonseca Ferreira

Luiz Gama tinha uma forma de conduzir a campanha e a luta abolicionista que implicava a participação e a agência dos escravos de forma totalmente diferente, por exemplo, da de Joaquim Nabuco, que foi uma pessoa proeminente. Luiz Gama, que não era filho de gente da “classe dominante”, achava que a luta abolicionista devia contar com a agência do escravo. Já Nabuco dizia que não tinha que envolver o escravo, que, aliás, era visto como uma figura incapaz, que a campanha tinha que começar no parlamento.

Lembremos que São Paulo é um bastião da escravidão. A capital tem um pensamento progressista em um estado poderosamente conservador. Luiz Gama, um republicano de primeira hora, em um determinado momento vai se chocar com os próprios “republicanos” paulistas, cujo partido passa a receber os fazendeiros pelo simples fato de fazerem oposição à monarquia, o que para ele era uma incoerência, ele que era de uma fibra e que falava muito do que é uma ética republicana, da missão abolicionista emancipadora. Era um homem de ação, não é apenas um teórico.

Os vencedores constroem a memória

Profa. Dra. Ligia Fonseca Ferreira

No entanto, o que nos restou daquele momento para cá? São as memórias, as visões de um Joaquim Nabuco que se tornou a grande voz a relatar essa memória. Luiz Gama morreu muito cedo, com 52 anos, enquanto que Nabuco atravessa o século, um monarquista que depois vai ser embaixador da República, elabora suas memórias, ele que era filho e neto de conselheiros do império. Mas, quando se relata a ação abolicionista, a gente vê é que esses relatos oficiais sobre o papel dos paulistas e de Luiz Gama também é muito diminuído.

Pioneiro exemplar na luta antiescravista

Profa. Dra. Ligia Fonseca Ferreira

Meu empenho pessoal, somado aos esforços de outros pesquisadores que estão revelando outras redes e outros interlocutores de Luiz Gama e outros abolicionistas negros, que é preciso mencionar, como Ferreira de Menezes, que começou aqui em São Paulo, estudou aqui, fundou no Rio de Janeiro a Gazeta da Tarde, na qual atuam também José do Patrocínio e André Rebouças. Isso está no capítulo de um livro que fala de dois anos da ação de quatro abolicionistas negros que se deram as mãos, entre eles, Luiz Gama. O seu amigo Ferreira de Menezes depois de retornar ao Rio funda essa importante folha abolicionista, ele também morreu cedo. José do Patrocínio reverenciava profundamente a Luiz Gama pelo seu pioneirismo exemplar na luta antiescravista. De novo, ser o Patrono da Abolição faz todo sentido, pois ele mesmo era reconhecido por um grupo de abolicionistas e especialmente esses abolicionistas negros, como uma liderança. Um deles se refere a Gama como “o primeiro de nós”, não é só “nós” abolicionistas, era “nós” negros. Esse “primeiro de nós” é muito importante.

Arquivo vivo: Luiz Gama nos autos e nos jornais

Profa. Dra. Ligia Fonseca Ferreira

Um dos trabalhos que realizei no Arquivo do Estado foi o levantamento dos artigos de Luiz Gama na imprensa paulista e do Rio de Janeiro. Pesquisei em muitos jornais que não estavam digitalizados. Tem alguns títulos de jornais importantíssimos e que precisamos lembrar o papel que eles tiveram como veículos da campanha abolicionista antes desse período já dos finais da escravidão.

Além dos artigos do Luiz Gama nos jornais no Arquivo do Estado eu espero um dia também poder explora as pesquisas que estão sendo feitas nos autos. Eu sou professora da área de letras, da análise do discurso e é interessante observar que os autos são construções discursivas. Vence quem contar a melhor história. Aliás, é o que a gente está vendo hoje no Brasil, certo? Se a gente for ler um auto, um processo, a gente vai ver a mesma coisa. Estou falando em termos de características de gênero textual. O que faz um advogado? Ele conta uma história para convencer, para demonstrar para informar. Luiz Gama era um advogado e ele contava histórias; ele tinha que resgatar a história das pessoas e não era só de negros escravos, era de outras pessoas, ele vivia disso, tinha outros clientes. Ele tinha que resgatar as histórias desses escravos para comprovar, entre outras coisas, o porquê eles eram pessoas, ilegalmente escravizadas. São peças formidáveis. Depois de atuar em defesa, ou enquanto esses processos estão correndo, ele fala desses processos nos jornais. Ele comenta nos jornais o que aparecem nos autos. Vai ser muito proveitoso complementar o trabalho que temos feito no dia que pudermos ler os textos desses autos, nós vamos conhecer um Luiz Gama lidando nessa área. A gente tem um Luiz Gama autor das Primeiras trovas burluescas, um poeta de sátiras sociais e políticas; a gente tem o jornalista engajado nas suas lutas republicana e abolicionista; e depois vamos conhecer a escrita do advogado em que ele tem que contar uma história que convença o seu júri e o que nós vemos nos jornais? Que Luiz Gama quase nunca perdeu um processo, logo tratava-se de um advogado competente, eficiente, vitorioso. Quem diz isso são os seus próprios colegas.

Escravidão e racismo: abolição não aboliu nada

Profa. Dra. Ligia Fonseca Ferreira

É importante frisar que a palavra “racismo” nasce no século XX, na década de 1930, por conta da emergência da ideologia nazista. Antes se falava do preconceito de cor, da desigualdade das raças, ou seja, havia um vocabulário para se referir a esse fenômeno.

O racismo vem junto com a escravidão e a abolição não aboliu nada. Ela muda algumas figuras jurídicas, ela cria uma confusão e uma fragilidade para as pessoas. Obviamente que tem aquele ato simbólico da liberdade, mas nós padecemos desse desarranjo social que é criado ali também.

No século XIX, para se poder escravizar o negro ou índio era preciso se provar que essas duas categorias não eram compostas por pessoas.

Estupidez é a base do racismo, jamais a ciência

Profa. Dra. Ligia Fonseca Ferreira

Luiz Gama é personagem que em si mesmo nega as teses pseudocientíficas. Uma delas diz que o negro não tem capacidade intelectual, não tem pensamento abstrato. Luiz Gama é prova do contrário, ele é uma sumidade intelectual, é algo que invalida questões como essas.

São vários estigmas sobre o negro, vemos isso claramente na literatura brasileira, vemos esses estigmas disseminados que atingem a população negra como um todo, até os dias de hoje.

Tivemos estigmas do homem e da mulher negra, sempre relacionados à barbárie. Por muito tempo eram considerados preguiçosos, que não tinham capacidade de criar artes, ciência, letras, filosofia.

Líder negro assumido e que toma partido

Profa. Dra. Ligia Fonseca Ferreira

No século XIX tivemos abolicionistas negros, como Luiz Gama e Cruz de Souza. Mais tarde o Lima Barreto que assistiu, ainda criança, às comemorações do 13 de maio de 1888.

Outra particularidade de Luiz Gama é que ele é o primeiro deles a se assumir explicitamente em seus textos como um negro que estava falando. Machado de Assis, por exemplo, não se posicionou desta forma. E por que ele dizia isso? Por ser um republicano, não estava longe dos ideais, ele abraça o ideal da igualdade da liberdade e fraternidade, ele é maçom e enquanto maçom membro da sociedade, ele se colocava como um igual.

Essa postura que nós precisávamos lembrar, todos nós brasileiros, dos movimentos sociais e do movimento negro.

Não digo que tenhamos que ignorar os exemplos que temos no exterior como Malcolm X, Mandela, Martin Luther King, mas nós tivemos nosso Martin Luther King quase 100 anos antes. Temos muito que aprender não só em termos de postura militante, como também a postura discursiva “de onde eu me coloco”. Luiz Gama já se colocou, deixava clara sua perspectiva. E ao longo da vida alcança grande notoriedade. Ele diz quem é, qual a sua visão de mundo, de onde falava.

Vida de Luiz Gama nos ajuda a entender o Brasil

Profa. Dra. Ligia Fonseca Ferreira

Se eu não tivesse estudado Luiz Gama eu não entenderia o Brasil, ele é um mentor para mim, no sentido de me ajudar a pensar. Não vamos nos esquecer que naquele momento em que não tínhamos imagem, era preciso argumentar, usar a palavra. Ele tinha que sensibilizar a república, era um homem da mídia, usou todas as mídias do seu tempo de maneira eficaz, ele tinha que provocar seu público leitor, ele faz uma reflexão. Ele é um homem que tem uma visão crítica em todos os sentidos.

Acredito que é preciso conhecê-lo, e não ficar apenas no que há de mais simples daquilo que informa a sua biografia. A história dele é muito maior, porque nós temos que entender que naquele momento, um homem negro ter conhecido a escravidão, chegar a ter aquela estatura, amealhar e construir a cultura jurídica, ser respeitado, não era pouca coisa.

Não há identidade sem história

Profa. Dra. Ligia Fonseca Ferreira

O convite que eu faria hoje era para nós olharmos para isso, até para nos resgatar, mesmo porque não há identidade sem história; eu não posso falar sobre minha identidade sem conhecer a minha história.

Então, num plano maior, enquanto brasileira, enquanto negra, enquanto mulher também, porque ele é filho de uma Luísa Mahin. Luiz Gama também tinha a capacidade de conversar com seus adversários, de polemizar, ser respeitado por eles e de trocar ideais, algo que precisamos resgatar, quem sabe nesse momento que estamos vivendo teremos que tomar, enquanto nação grandes decisões, decisões importantes que vão nos impactar nos próximos anos, tal como no momento da abolição nos últimos anos, finalizados por um decreto que foi apenas um gesto, decreto, para algo que era irreprimível.

É um momento que acho que possamos mergulhar, nos resgatar e reconstruir essa nossa identidade fraturada enquanto nação, para nos compreendermos melhor.

Para saber mais sobre obra da Dra. Lígia Fonseca Ferreira, ver:

Notas