Intérpretes do Acervo
Registros documentais e descaminhos de corpos: ossadas de Perus revelam máquina de fazer desaparecer

Márcia Hattori e Ana Tauhyl participam de projeto que envolve a análise de 1.049 ossadas humanas que foram descobertas em 1990, após denúncias, em vala clandestina no cemitério municipal Dom Bosco, no bairro de Perus, na capital paulista. O projeto se insere no trabalho de busca por desaparecidos políticos do período da ditadura militar implantada em 1964, após o Brasil ser condenado por leniência pela Corte Pan-americana de Direitos Humanos.

As historiadoras e arqueólogas Márcia Hattori e Ana Tauhyl são parte do grupo que pesquisou durante cerca de oito meses em documentos do APESP, especialmente os livros do Instituto Médico Legal (IML). Elas concederam entrevista à Revista do Arquivo em janeiro deste ano, onde descrevem com minúcia os trabalhos na área da antropologia forense, por meio da análise da ossada de Perus, e fazem importantes reflexões sobre o cruzamento de informações contidas em documentos de tipologias bem distintas e também sobre os arquivos. A Revista do Arquivo transcreveu parte da entrevista com o objetivo de divulgar a inusitada e interessante pesquisa desse grupo de trabalho. A entrevista completa está transcrita e poderá ser acessada em sua íntegra a quem interessar.

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