A política nacional - crise na República
O furacão de 1922
Os antecedentes de 1924
Por que a cidade de São Paulo?
O caminho para a ação
A cidade e a revolução
Mudança de planos
E depois? A ressaca da revolução
O fim do Movimento Tenentista?

E depois? A ressaca da revolução

   A revolta deixou cicatrizes na cidade de São Paulo, como a destruição completa de alguns de seus principais endereços. Os moradores dos bairros populares de São Paulo, como Brás, Mooca, Cambuci, Belenzinho e Ipiranga, foram os mais atingidos durante os bombardeios realizados em nome da União, perdendo suas casas e suas vidas. Assim, a violência contra os civis empobrecidos fez com que muitos nutrissem simpatias pelos “revolucionários”, opondo-se às forças legalistas.

 

  O saldo da Revolta de 1924 para a cidade de São Paulo foi de aproximadamente mil vítimas fatais e 4 mil feridos, entre eles muitos trabalhadores que nem sabiam o motivo dos conflitos. Foi difícil retornar ao ritmo normal da cidade, pois parte da população temia como ocorreria a retomada da cidade pelos legalistas depois de toda a violência utilizada pelo governo da União contra os civis durante a ocupação.

 

   José Carlos Macedo Soares, presidente da Associação Comercial de São Paulo, e o prefeito da capital, Firmiano Pinto, foram indiciados e tiveram que deixar a cidade. Afinal, para o governo da União, os dois colaboraram com o general Isidoro Dias e os revolucionários durante os dias em que a cidade esteve ocupada. Em seu exílio na França, Macedo Soares escreveu um livro chamado Justiça, no qual relata sua versão do que lhe ocorreu durante e após a Revolução. Quando ele retornou a São Paulo, em 1927, foi recepcionado como um herói.

 

   Com a retirada dos revolucionários da cidade de São Paulo, o que estampava as manchetes dos principais jornais no dia 28 de julho era: “A Vitória da legalidade”¹ e a tentativa das tropas legalistas de restabelecer a ordem na cidade. Essas notícias estiveram presentes nos jornais por meses seguidos. Houve comemorações e cerimoniais para festejar a volta à normalidade da cidade promovidas pelos partidários do presidente Arthur Bernardes.

 

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¹ Jornal do Commercio, 28 de Julho de 1924..