A política nacional - crise na República
O furacão de 1922
Os antecedentes de 1924
Por que a cidade de São Paulo?
O caminho para a ação
A cidade e a revolução
Mudança de planos
E depois? A ressaca da revolução
O fim do Movimento Tenentista?

O furacão de 1922

   A Revolta do Forte de Copacabana, ocorrida em 5 de julho de 1922, foi um conflito armado entre o Governo Federal, representado na figura do Presidente da República, e parte das Forças Armadas. Esse movimento influenciou fortemente os rebeldes em São Paulo durante o desenrolar da Revolução de 1924. Isso fica expresso na data escolhida para o início do movimento: 5 de julho de 1924.

 

   A Revolta de 1922 teve a participação da ala mais jovem das Forças Armadas, composta por alguns militares que pretendiam “salvar a honra” do Exército brasileiro, que vivenciava um clima de ofensas. Essa ala não concordava com o fechamento do Clube Militar no Rio de Janeiro, realizado por meio de decreto presidencial. Tal ato foi uma retaliação ao protesto realizado pelos soldados contra a ação do governo, que se utilizou do Exército para intervir na política local de Pernambuco. Para os militares, essa era uma prova de que as instituições republicanas estavam sendo deturpadas pelos governantes. A prisão do Marechal do Exército Hermes da Fonseca, decorrente dos protestos contra a intervenção em Pernambuco, também não agradou os militares, ampliando a insatisfação.

 

   O movimento do Forte de Copacabana durou apenas dois dias, e logo foi sufocado por uma grande resistência do Governo Federal, que contou inclusive com bombardeios ao Forte. O episódio foi um dos motivadores do surgimento do “movimento tenentista”.

 

   Após o episódio de 1922, o Governo novamente entrou em conflito com parte dos militares, quando Arthur Bernardes introduziu algumas mudanças na Constituição Federal. Essas modificações, na leitura do grupo insatisfeito, aumentaram o poder de ação do Executivo e tiraram o equilíbrio entre os três poderes (legislativo, executivo e judiciário). A tudo isso somava-se a vinda de uma missão inglesa para o Brasil como condição para a concessão de um empréstimo que, na opinião de alguns militares, colocaria em risco a segurança e a soberania nacional.