A política nacional - crise na República
O furacão de 1922
Os antecedentes de 1924
Por que a cidade de São Paulo?
O caminho para a ação
A cidade e a revolução
Mudança de planos
E depois? A ressaca da revolução
O fim do Movimento Tenentista?

Por que a cidade de São Paulo?

   São Paulo, no início do século XX, foi marcada pela perseguição do ideal de modernidade, que ganhou grandes contornos com o crescimento populacional. A intensa imigração e os projetos de urbanização foram aspectos marcantes na cidade daquele momento. A sociedade oscilava entre modos de vida provinciano e moderno, e contava com uma elite urbana que enriquecera com a produção de café. A partir de 1915, houve um considerável crescimento industrial que propiciou a consolidação de uma classe trabalhadora urbana. As tensões sociais desse período podem ser dimensionadas em episódios como a Greve Geral de 1917.

 

   A luta política travada em São Paulo por aqueles que queriam governar o Brasil era fundamentada historicamente pelo mito da “civilização paulista desbravadora e progressista”. Era comum a utilização de slogans, como “São Paulo é a locomotiva do Brasil”, que indicavam uma defesa do estado como condutor da nação.

 

   A escolha dos revolucionários que iniciariam o movimento em São Paulo foi motivada pelo fato de que a cidade era um ponto militarmente estratégico. Além disso, já havia sido palco de importantes eventos históricos, como a Proclamação da Independência. Levando-se em conta a insatisfação de parte da elite paulista com o Partido Republicano Paulista, os protagonistas da Revolução de 1924 acreditavam que, se o movimento fosse iniciado em São Paulo, “já sairia grande”.