Cartas

      Diferentemente de hoje em dia, as cartas eram usadas, durante o período colonial, prioritariamente como correspondências enviadas ao Rei a fim de se expor algum assunto – oficial ou particular –, desde que não implicassem pedidos de ajuda, favores ou direitos que o súdito ou autoridade subalterna julgasse ser merecedor[*1].

       Modernamente, também são denominadas cartas as correspondências trocadas entre entidades privadas, sendo o ofício seu equivalente na administração pública[*2]. A forma “carta” dá origem a outras inúmeras tipologias documentais[*3], contudo, seu uso consagrado se insere na correspondência particular, entre amigos ou familiares.

       O hábito de escrever cartas particulares se difundiu, principalmente, a partir do século XVII e, já no século XIX esta prática estava consolidada. Hoje, quando analisamos uma carta, podemos obter, através do suporte (tipo e qualidade do papel), pistas sobre a condição social do remetente e, às vezes, do destinatário. Igualmente, analisando seu conteúdo, podem ser observados relações familiares, temporalidades, relações de poder e aspectos cotidianos, haja vista que as cartas nos auxiliam a encontrar importantes traços biográficos do remetente.

        Quanto ao futuro do hábito de escrever cartas manuscritas, nada podemos prever, pois o porvir é algo indecifrável. No entanto, à luz da História, é seguro afirmar que foi amplamente difundida nos últimos dois séculos, consolidando-se como uma importante forma de comunicação da humanidade ao longo do tempo.

 

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Arquivo Público do Estado de São Paulo