Sociedade
SOCIEDADE:
DO RURAL AO URBANO
Muito importante foi a participação dos primeiros pioneiros da colonização do Oeste Paulista - fossem eles brasileiros ou imigrantes - que se aventuravam por terras desconhecidas em busca de novas oportunidades de trabalho. Num primeiro momento, o que se procurava era a substituição da mão de obra escrava, que motivou a vinda de grandes levas de imigrantes europeus e japoneses. Muitos desses imigrantes vinham de seus países por meio de subsídios pagos pelo governo brasileiro e com contratos de trabalho nas fazendas, previamente assinados. O mais comum era que eles cumprissem os contratos nas propriedades que se localizavam em regiões mais antigas e, quando esses terminavam, se dirigissem para novas regiões buscando melhores salários ou terras próprias que pudessem cultivar. Boa parte desses imigrantes assumia terras em regime de colonato, em que se comprometiam a realizar algumas tarefas para o grande proprietário. Normalmente, a tarefa consistia em se encarregar do plantio e cultivo de certa quantidade de pés de café por um preço pré-determinado. O colonato previa o trabalho anual por empreitada, que dava também o direito ao acesso a terrenos para plantio de alimentos. Houve ainda a criação de Núcleos Coloniais que foram implantados pelo governo paulista. A estratégia era contratar trabalhadores europeus e fixá-los no país por meio da distribuição de pequenas propriedades. Esses núcleos
eram vistos como as bases para a constituição de futuras cidades. O trabalho junto às ferrovias que estavam sendo implantadas também necessitava de grande contingente de mão de obra, mas enfrentar as novas terras não era tarefa fácil ou tranquila; várias eram as epidemias e moléstias pouco conhecidas a que os trabalhadores eram sujeitos. Além disso, havia conflitos constantes entre os índios - habitantes originais da região - e os "mateiros", primeiros colonos - paulistas e brasileiros vindos de outras regiões do país, como o Nordeste - que abriam as trilhas na mata para a implantação das ferrovias e plantações. A partir da década de 1930, o declínio do café fez surgir novas formas de organização social, facilitando a descentralização de terras e a aquisição de pequenas propriedades rurais e de novas culturas. Em um movimento inverso, os processos de mecanização, que se acentuaram a partir dos anos 1950, também atingiram o campo e promoveram uma reorganização dos processos de produção, fazendo com que as populações passassem a se concentrar nas áreas urbanas e a prestar serviços nas fazendas, hoje organizadas como "agroindústrias". Ganhando espaço as cidades, os problemas hoje se concentram nas áreas urbanas que, em constante crescimento, necessitam de mais infraestrutura para incluir e proporcionar condições de vida dignas às pessoas.

1Veja também a exposição sobre imigração: http://www.arquivoestado.sp.gov.br/exposicao_imigracao/