Economia
ECONOMIA:
DO CAFÉ À AGROINDÚSTRIA
No final do século XIX, o Estado de São Paulo já era o maior produtor de café do país. O oeste conhecido naquela época tinha como centro a cidade de Campinas. Aos poucos e muito na dependência do mercado internacional do café - que passou por várias crises entre o final do séc. XIX e início do séc. XX - é que a fronteira se expandiu em direção ao oeste em busca de terras de boa qualidade para seu cultivo. Junte-se a isso a infraestrutura proporcionada pela instalação das ferrovias e a substituição da mão de obra escrava pela dos imigrantes. Terra, imigração e transporte foram, portanto, os três elementos que facilitaram a acumulação do capital pelas elites paulistas. As estradas de ferro eram fundamentais para escoar a produção do café e, em alguns momentos, foram construídas antes mesmo da implantação de novas fazendas, facilitando a expansão da colonização. É importante também entender que a estrutura econômica que se formou em volta do café não era somente agrária e necessitava se articular com serviços urbanos, como atividades de beneficiamento do produto, atividades comerciais, de exportação e importação, e bancárias; ou seja, uma dinâmica que envolvia o agrário, o urbano e o industrial. Já por volta da década de 1920, as sucessivas crises do mercado do café trouxeram o incentivo à diversificação da produção. Antes, porém, houve uma enorme especulação sobre o mercado de terras. Interessante perceber que, nesses primeiros momentos, a escolha das glebas era feita pela observação da mata existente, sendo mais valorizadas as que continham
espécies que indicavam um solo mais fértil. A questão é que com esse primeiro impacto e consumido os nutrientes preservados pelas matas, o solo muitas vezes se tornava arenoso, resultando em baixa produtividade. Vários grupos empresariais se formaram para comercializar terras em áreas rurais e urbanas; a forma tradicional era a de se apossar de grandes glebas de terra do governo - as chamadas terras devolutas - e depois comercializá-las, fosse em grandes propriedades ou pequenas, normalmente adquiridas por famílias de imigrantes. Esse processo se acentua a partir da década de 1930. Assim, podemos ver que o café foi importante não só na colonização, mas para a criação da estrutura viária e de comunicação, que possibilitou a urbanização da região. Aos poucos, o panorama rural foi se modificando, abrindo espaço para a industrialização e para novas modalidades de produção. A partir da década de 1950, as atividades agrárias passaram por grandes alterações com a introdução da mecanização, da aplicação de adubos químicos, defensivos e fertilizantes, e também da substituição do café por outros produtos, entre eles o algodão, a pecuária e a cana-de-açúcar. Formam-se, então, grandes complexos agroindustriais em que tanto os proprietários quanto a mão de obra - trabalhadores contratados - não residem mais no campo e sim nos novos centros urbanos que vão se constituindo. As ferrovias, por sua vez, são substituídas por uma grande malha rodoviária.