Topo

Francisco Zorzenon, do Instituto Biológico, faz palestra no APESP sobre “Principais pragas em acervos históricos”

Publicado em 18/08/2025 | Fonte: APESP/Comunicação

O Arquivo Público do Estado de São Paulo tem como missão garantir a preservação e o acesso ao patrimônio documental produzido ao longo da história do Estado. Para alcançar esse objetivo, a instituição enfrenta vários desafios, como, por exemplo, proteger o acervo contra pragas urbanas – como traças, cupins, brocas, roedores e baratas – que podem encontrar nas reservas técnicas as condições favoráveis para se instalar.

Esse assunto foi abordado na palestra “Principais pragas em acervos históricos” proferida por Francisco Zorzenon, do Instituto Biológico, e realizada na última quinta-feira, 14 de agosto, às 10h, no auditório do Apesp. Pesquisador científico, entomologista (especialista em insetos) e diretor da Unidade Laboratorial de Referência em Pragas Urbanas do Instituto Biológico, Zorzenon já assessorou o Arquivo em outras ocasiões.

“Costumamos dizer que as pragas precisam de quatro As para se instalar num acervo: Água (umidade), Alimento (ou seja, documentos), Acesso (proximidade do seu ninho, além de rachaduras, vãos, etc, na estrutura do prédio) e Abrigo (o prédio)”, disse Zorzenon. Por isso, a entrada e consumo de alimentos no prédio do Arquivo Público são proibidos. Resíduos alimentares funcionam como atrativo para insetos e roedores, aumentando de forma significativa o risco de infestação.


Cada um faz sua parte 

A luta contra as pragas é diária, e a tarefa contínua; precisa da colaboração de todos. Esse é um dos motivos pelos quais o trabalho da Coordenadoria de Preservação e Ingresso de Acervo vem sendo reforçado nos últimos anos, segundo Mílton Vedoato Filho, coordenador do setor. A palestra de Zorzenon faz parte de uma campanha estratégica para conscientizar as pessoas sobre a questão dos alimentos dentro do prédio – algo que simplesmente não pode acontecer. 

“Esse é um fator que podemos controlar”, diz Milton. “Basta as pessoas se conscientizarem de que não se pode trazer alimentos para dentro”. Se for preciso guardar a comida comprada fora do Arquivo, por exemplo, existem armários à disposição dos funcionários no refeitório.  

Ao mesmo tempo, a Coordenadoria de Preservação e Ingresso do Acervo aplica outras estratégias para o combate a pragas, como por exemplo: treinamento da equipe terceirizada de limpeza; vistorias em documento a serem recolhidos ou transferidos; salas de isolamento ou quarentena para acervos ingressantes; monitoramento mensal de iscas de roedores; e desinsetização geral de todas as edificações a cada três meses. 

O importante é evitar a entrada e a instalação de qualquer tipo de praga, para garantir que não causem prejuízos ao acervo.