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APESP inaugura exposição ‘Presença Negra no Arquivo’

Publicado em 07/11/2023 | Fonte: APESP/Comunicação/Juliana Takayama

Ontem (6), o Arquivo Público do Estado de São Paulo (APESP) inaugurou a exposição “Presença Negra no Arquivo”. A mostra realizada no mês da Consciência Negra fica em cartaz até novembro de 2024 e procura visibilizar o patrimônio documental sob guarda da instituição.

A exposição conta com documentos desde o século XVIII até o século XX que retratam as lutas da população escravizada por liberdade, justiça e igualdade. Todas as áreas do APESP, em especial as de acervo, foram mobilizadas para a pesquisa. 


 Os documentos descobertos abarcam registros de fugas, formação de quilombos, cartas de alforria e outras formas de resistência e luta por autonomia e liberdade empreendida pela população negra. No momento pós abolição, é encontrada também uma presença forte da imprensa com a afirmação do negro na formação da nacionalidade brasileira e a continuidade da luta por direitos e por cidadania plena, presentes na organização de diferentes movimentos e na vida cultural do país.

De acordo com o coordenador do APESP e professor da Unicamp Thiago Nicodemo, os documentos evidenciam a marca nefasta e infeliz da escravidão na sociedade brasileira. “Nossos documentos ajudam a situar como a escravidão foi constitutiva de diferentes dinâmicas econômicas, sociais, políticas, culturais e, sobretudo, subjetivas, moldaram nossa população e nossos impasses sociais até hoje”, afirma Nicodemo.

                                                                               

A exposição faz parte do Projeto “Presença negra no Arquivo”, que contará com seminários, debates, palestras, ações culturais, educativas, além de preservação e acesso aos documentos com a temática, em um movimento que pretende envolver pesquisadores, artistas e sociedade civil organizada durante o período de exposição.

“Para ajudar a contar essa história, convidamos seis personagens, de diferentes períodos: o arquiteto Thebas, a escravizada Teodora, o advogado abolicionista Luíz Gama, os engenheiros Theodoro Sampaio e José Pereira Rebouças, e a escritora Carolina Maria de Jesus”, diz Josiane Roza de Oliveira, diretora do Núcleo de Ação Educativa da instituição e coordenadora do ‘Projeto Presença Negra no Arquivo’. 

Junto aos personagens foram trabalhados conjuntos de sentido constituídos pelos períodos históricos – Colônia, Império e República - e os documentos correspondentes, especialmente os marcos socioculturais produzidos pela população negra com registros presentes no acervo da instituição.





Abertura - Para a inauguração, uma mesa redonda discutiu o tema com pesquisadores e gestores de acervos que tem a organização e a preservação da memória negra no Brasil como uma de suas principais missões. Participaram o coordenador do APESP, Thiago Nicodemo; Robson Silva Ferreira, coordenador de Políticas para População Negra da Secretaria de Justiça e Cidadania; Marcelo Assis, secretário  executivo da Secretaria da Cultura e Economia Criativa; Julio César Santos, do Instituto Luiz Gama; Josiane Roza de Oliveira, Coordenadora do Projeto Presença Negra no Arquivo; Ana Flávia Magalhães, diretora do Arquivo Nacional; o professor Mário Medeiros, curador do acervo do Projeto Afro Memória Unicamp/Cebrap; e a bibliotecária Maria Ionara Lourenço, responsável pelo acervo da Casa Sueli Carneiro. 

Serviço:

Exposição Presença Negra no Arquivo

No térreo do Arquivo Público do Estado de São Paulo

Rua Voluntários da Pátria, 596, Santana - São Paulo (ao lado do metrô Portuguesa-Tietê).

Horário: 2ª a 6ª feira, das 9h00 às 17h00.

Em cartaz até novembro de 2024.

Aguarde programação paralela que será divulgada em nossas redes sociais e pelo site.

Visitas guiadas: traga seu grupo para fazer uma visita guiada pela exposição. Informações pelo e-mail: acaoeducativa@arquivoestado.sp.gov.br