Ontem (6), o Arquivo Público do Estado de São Paulo (APESP) inaugurou a exposição “Presença Negra no Arquivo”. A mostra realizada no mês da Consciência Negra fica em cartaz até novembro de 2024 e procura visibilizar o patrimônio documental sob guarda da instituição.
A exposição conta com documentos desde o século XVIII até o século XX que retratam as lutas da população escravizada por liberdade, justiça e igualdade. Todas as áreas do APESP, em especial as de acervo, foram mobilizadas para a pesquisa.
De acordo com o coordenador do APESP e professor da Unicamp Thiago Nicodemo, os documentos evidenciam a marca nefasta e infeliz da escravidão na sociedade brasileira. “Nossos documentos ajudam a situar como a escravidão foi constitutiva de diferentes dinâmicas econômicas, sociais, políticas, culturais e, sobretudo, subjetivas, moldaram nossa população e nossos impasses sociais até hoje”, afirma Nicodemo.
A exposição faz parte do Projeto “Presença negra no Arquivo”, que contará com seminários, debates, palestras, ações culturais, educativas, além de preservação e acesso aos documentos com a temática, em um movimento que pretende envolver pesquisadores, artistas e sociedade civil organizada durante o período de exposição.
“Para ajudar a contar essa história, convidamos seis
personagens, de diferentes períodos: o arquiteto Thebas, a escravizada
Teodora, o advogado abolicionista Luíz Gama, os engenheiros
Theodoro Sampaio e José Pereira Rebouças, e a escritora Carolina Maria de Jesus”,
diz Josiane Roza de Oliveira, diretora do Núcleo de Ação Educativa da
instituição e coordenadora do ‘Projeto Presença Negra no Arquivo’.
Junto aos personagens foram trabalhados conjuntos de sentido constituídos pelos períodos históricos – Colônia, Império e República - e os documentos correspondentes, especialmente os marcos socioculturais produzidos pela população negra com registros presentes no acervo da instituição.
Abertura - Para a inauguração, uma mesa redonda discutiu o tema com pesquisadores e gestores de acervos que tem a organização e a preservação da memória negra no Brasil como uma de suas principais missões. Participaram o coordenador do APESP, Thiago Nicodemo; Robson Silva Ferreira, coordenador de Políticas para População Negra da Secretaria de Justiça e Cidadania; Marcelo Assis, secretário executivo da Secretaria da Cultura e Economia Criativa; Julio César Santos, do Instituto Luiz Gama; Josiane Roza de Oliveira, Coordenadora do Projeto Presença Negra no Arquivo; Ana Flávia Magalhães, diretora do Arquivo Nacional; o professor Mário Medeiros, curador do acervo do Projeto Afro Memória Unicamp/Cebrap; e a bibliotecária Maria Ionara Lourenço, responsável pelo acervo da Casa Sueli Carneiro.
Serviço:
Exposição Presença Negra no Arquivo
No térreo do Arquivo Público do Estado de São Paulo
Rua Voluntários da Pátria, 596, Santana - São Paulo (ao lado do metrô Portuguesa-Tietê).
Horário: 2ª a 6ª feira, das 9h00 às 17h00.
Em cartaz até novembro de 2024.
Aguarde programação paralela que será divulgada em nossas redes sociais e pelo site.
Visitas guiadas: traga seu grupo para fazer uma visita guiada pela exposição. Informações pelo e-mail: acaoeducativa@arquivoestado.sp.gov.br