MATERNIDADE E SANIDADE MENTAL

Até o final do século XIX, as crianças nasciam em casa, pelas mãos de parteiras leigas – as antigas comadres. A ideia da criação da primeira maternidade é creditada a Braulio Gomes, que, em 1894, teria se deparado no meio da rua com uma mulher que estava dando à luz e, penalizado, levou-a para a sua própria residência, onde prestou toda assistência necessária. Assim, forma-se a Associação Protetora das Desamparadas, que criaria a Maternidade de São Paulo.

O Sanatório Pinel foi empreendimento privado fundado em 1929, no bairro de Pirituba, para atender famílias com alto poder aquisitivo, sob influência do movimento de higiene mental caracterizado pela preocupação eugênica.

O Manicômio Judiciário do Estado de São Paulo, criado em 1927, formaliza a separação entre tratamento psiquiátrico e delitos de natureza psiquiátrica.

Nos prontuários, os diagnósticos dos internos são descritos em exames psíquicos, onde constam informações sobre o grau de cultura, hereditariedade, sentimentos étnicos, indiferença pelo meio social ou pela família, capacidade de trabalho, relações com a Igreja Católica, aborto, homossexualismo, associação de ideias etc. São descritos terapêutica de choque, os banhos frios e quentes, a piretoterapia (tratamento de doença pela elevação da temperatura do doente), a malarioterapia (inoculação do protozoário da malária no paciente), a psicoterapia, as terapêuticas medicamentosas entre outras.