A política de implantação de núcleos coloniais desenvolveu-se de forma gradual durante o último decênio do Império no estado de São Paulo, submetendo-se a variações no decorrer do tempo conforme os períodos políticos vigentes.

Seu histórico remonta ao ano de 1854, quando foi criada a Repartição Geral de Terras Públicas, órgão que na época cuidava do estabelecimento dos núcleos coloniais e seu desenvolvimento. Para tanto, foi aprovado em 1867 o primeiro regulamento a estabelecer normas para a criação dos núcleos coloniais. É importante notar que os primeiros núcleos foram criados em locais de difícil acesso, dificultando o escoamento para os produtos.

Em 1871, foi fundada a Associação Auxiliadora de Colonização e Imigração, responsável pela instalação dos imigrantes em regiões mais acessíveis. Já em março de 1884, foi criada uma lei que estabelecia o fornecimento de fundos para o subsídio à imigração, autorizando o governo provincial a estabelecer até cinco núcleos coloniais nos principais distritos agrícolas, sempre próximos às estradas de ferro. Em 1892, é criada a Repartição de Terras, Colonização e Imigração a fim de validar títulos, fiscalizar e alienar terras públicas.

Entre os anos de 1904 e 1908, sob a administração do então presidente da província, Carlos Botelho, foram criados núcleos coloniais também mediante o auxílio de iniciativa particular, como é o caso do Núcleo Colonial Gavião Peixoto.

Vale salientar que entre os anos de 1885 e 1911 foram criados 25 núcleos coloniais no estado de São Paulo, período em que percebemos várias mudanças na política de formação desses núcleos, que proporcionaram o estabelecimento de imigrantes e, consequentemente, mão-de-obra para as fazendas de café.

A ida a um Núcleo Colonial era uma das possibilidades acenadas ao imigrante na ocasião de sua chegada a São Paulo. Uma vez recepcionados na Hospedaria dos Imigrantes, os recém-chegados podiam escolher a qual núcleo seriam destinados e, geralmente, preenchiam um requerimento para a aquisição de um lote de terra. Outros requerimentos relativos aos imigrantes, tais como pedidos de passagem gratuita para família, de auxílio para comprar telhas ou animais, de extensão de prazo para pagamento do lote, também correspondem à documentação apresentada neste site. Esses documentos se acumularam e constituíram processos, possibilitando assim acompanhar sua continuidade e resultado final: indeferido ou deferido.

Também podemos conhecer um pouco mais sobre o cotidiano dos colonos por meio de informações registradas em livros da própria administração do núcleo colonial, tais como o consumo de ferramentas de trabalho e víveres, tabelas com a quitação do valor correspondente ao lote, registros de matrícula com dados pessoais dos colonos e suas famílias, ocorrências registradas pelos funcionários, entre outros.