Topo

Considerações sobre a construção da Linha do Tempo

Sobre história

Esta linha do tempo não narra a história das instituições de saúde em São Paulo. Muito menos narra a história da saúde pública paulista. Afinal, nenhuma construção histórica consegue “reproduzir” as histórias dos sofrimentos, das dores, das lutas e dos sonhos de curas de indivíduos e coletividades humanas em suas profundezas. Além disso, nenhuma linha retilínea e progressiva representaria bem a tortuosa, e às vezes caótica, trajetória de serviços e de instituições de saúde. Desta forma, firmemos bem que “linha do tempo da história da saúde” é apenas uma representação (quase que fictícia) de um determinado fragmento de história possível de fatos realmente existentes. De história que permaneceu fixada em informações contidas em alguns poucos documentos que restaram à nossa geração.


As três fontes

Três são as fontes consultadas e destacadas nesta linha do tempo:

  1. marcos legislativos importantes para a formação de estruturas de saúde pública paulista, consultados em fontes confiáveis como sítios eletrônicos da Câmara Federal e da Assembleia Legislativa de São Paulo; publicação de coleções de lei; e a sistematização realizada por Ana Maria da Cunha;1
  2. informações que registram a criação de instituições ou serviços de saúde em São Paulo, extraídas de pesquisas de reconhecidos(as) autores(as) na literatura acadêmica sobre o tema; em textos institucionais, mais ou menos referenciados, sobre sua história e memória, disponíveis em publicações impressas ou em seus próprios sítios eletrônicos, na rede web;
  3. e alguns poucos documentos de arquivo.

Resolveu-se entremear a linha com alguns poucos fatos políticos marcantes da história do Brasil e que, de alguma forma, supõe-se ter impactado a política de saúde pública em foco.

Em resumo, com muito esforço de verificação, revisão e conferência, a formação desta linha do tempo foi resultante de intensa pesquisa em artigos acadêmicos, livros e também em sítios eletrônicos institucionais na rede web.

Tivemos a sorte de contar com a colaboração inicial do Professor Dr. André Mota e da especialista, Mestre em História, Karla Maestrini, esta que nos apontou algumas instituições de saúde criadas no período abordado, mas que as desconhecíamos. O nosso colega Executivo Público, Márcio Amêndola, nos disponibilizou seus dotes argutos de jornalista e pesquisador no aprimoramento das informações, além de toda revisão do texto.

Muitas das instituições citadas já não existem e outras assumiram novas funções e/ou nomenclaturas. Todas as instituições que permanecem até os dias atuais aparecem marcadas por um asterisco (*). Apenas duas instituições estão citadas com ano de criação, mas que não se conseguiu informações substanciais para formulação de verbete descritivo.

Porém, certamente ficaram lacunas importantes. Para a nossa sorte, o documento virtual é também mais dinâmico, restando-nos a oportunidade de atualizar a exposição com a frequência necessária e possível, a partir de rede de colaboração.

Com esmero, apresentamos imagens representativas das instituições, muitas delas em forma de telas de arte, mas também em fotografias, todas adequadamente citadas e referenciadas. Note-se que buscamos valorizar e divulgar acervos reconhecidos, principalmente os da esfera da gestão pública.


Apresentação da linha

Desta forma, a nossa linha representativa está construída da seguinte forma:

  • ela é cronológica e progressiva, desde o início do século XIX até 1947;
  • os registros que aparecem à esquerda, em caracteres com cor verde, referem-se a marcos legislativos;
  • os registros que aparecem à esquerda, em caracteres com cor rosa, referem-se a marcos de fatos políticos relevantes;
  • os registros que aparecem à direita, em caracteres com cor marrom, referem-se a marcos sobre a criação de instituições e serviços de saúde no período.

Por fim, é oportuno o registro, ainda que sem detalhes, das insuperáveis restrições impostas pelos efeitos da pandemia nos nosso trabalho, que impossibilitaram a prevista ampliação da pesquisa no acervo e também em obras bibliográficas. Sentimos de forma aguda a dificuldade de interação entre os responsáveis pelos serviços auxiliares na elaboração expográfica. Entretanto, tudo isso nos estimula à possibilidade de uma segunda versão desta exposição, ainda mais elaborada, em breve tempo. Fica a certeza de que esta linha do tempo nos proporciona usufruto de bens imateriais de primeiríssima necessidade: Cultura, conhecimento, informação. Um verdadeiro guia para pesquisas!


Isaura Bonavita
Marcelo Chaves