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Análise de Documentos
Quando decidimos decodificar e compreender um documento manuscrito de arquivo, bem como classificá-lo quanto a sua origem, função e finalidade, nos servimos de duas ciências essenciais para a realização dessa tarefa: a Paleografia e a Diplomática.
A Paleografia, a qual podemos entender como estudo da escrita antiga (paleo = antigo + graphein = grafia), tem como objeto principal a transcrição com vistas a um completo entendimento do texto, buscando a maior fidelidade possível em relação ao documento transcrito[*1]. Através dela, podemos ler documentos que, sem o uso de suas técnicas, permaneceriam obscuros para o leitor dos dias atuais, haja vista que devido aos traços, à forma e ao vocabulário da época, muitas frases seriam ininteligíveis.
Já a Diplomática, cujo nome deriva do latim diploma (escrito dobrado em dois), se ocupa dos aspectos formais do documento, tendo como objeto de estudo, portanto, a interpretação do documento com vistas a uma classificação quanto à espécie documental[*2] e finalidade[*3]. A soma da espécie documental, como a certidão, por exemplo, com a finalidade (informar o nascimento, o batismo, o casamento ou mesmo a morte) dá origem ao que é chamado de tipo documental[*4], através da qual o documento é classificado para fins arquivísticos.
Ofícios, requerimentos, autos, documentos de identificação, testamentos, inventários, atestados, cartas, diários pessoais, agendas, bilhetes, cadernos escolares, post-its, enfim, inúmeros foram e ainda são os tipos de documentos produzidos sob a forma manuscrita, razão pela qual é tão importante a guarda, preservação e divulgação desses documentos, visto que fazem parte não só de nossa história, mas também de nosso cotidiano.
Logo, podemos perceber que quando se trata de analisar, compreender, classificar e arquivar um documento manuscrito, tanto a Paleografia quanto a Diplomática nos são úteis para tais ações, não sendo exagero afirmar que ambas caminham de mãos dadas a auxiliar o pesquisador ou o leitor de manuscritos.
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![REZENDE, Conde de. Provisão ao Coronel Gaspar Jozé de Mattos Ferreira e Lucena. [S.l], 1793. Acervo APESP. Coleção DAESP. C10278](imagens/ambiente.2/2/DAESP64_mini.jpg)

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