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    a) Os arquivos digitais, obtidos do repositório de acervo digitalizado disponível no “site”, não podem ser repassados a terceiros;

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    Declaro que li e estou de acordo com as regras de utilização dos arquivos digitais constantes do repositório de acervo digitalizado, disponível no “site” do Arquivo Público do Estado de São Paulo.
 
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  Temas na UH

Copa do Mundo na UH

O futebol tratado como assunto de destaque, ocupando com fotografias metade da capa da edição e tendo profissionais específicos para sua cobertura, foi uma inovação da Ultima Hora. Ao invés de pequenos espaços dando os resultados das partidas, ou uma extensa e cansativa narrativa dos jogos, um texto dinâmico e emotivo sobre os times e as partidas, sobre os jogadores e suas artes. Considerado assunto menor em outros jornais, justamente por ser um tema por demais ligado às classes populares, o futebol foi alçado a assunto de primeira grandeza na UH justamente por promover o dialógo e estabelecer uma proximidade com o povo. Um dos momentos em que essa escolha foi levada ao extremo foi exatamente a Copa do Mundo. Ainda sob a direção da Samuel Wainer, a UH acompanhou os mundiais de 1954, 1958, 1962, 1966 e 1970.  

Na capa e contracapa da edição carioca de 7 de junho de 1962, o atacante Amarildo é festejado: fez dois gols em sua estreia na Copa. Estavam todos apreensivos, pois Pelé sofrera uma contusão na segunda partida, ainda na primeira fase, o que o deixaria fora de todos os demais jogos do mundial. “AMARILDO VINGOU”, em letras garrafais, era a manchete daquela edição, e deixava dois recados: Amarildo tinha correspondido à expectativa depositada sobre ele, lograra êxito; ao mesmo tempo, desforrava a lesão de Pelé, que foi causada pela constante marcação violenta que sofria das demais equipes. Nesse ano, a UH fez uma grande cobertura da vitória e das comemorações nas ruas: na então capital federal, a população festejou nas ruas e a UH a cobriu com o mesmo interesse da chegada dos jogadores da seleção brasileira. Na edição carioca de 19 de junho de 1962, há vasta iconografia da festa com a seguinte manchete: “TODO O POVO FOI ABRAÇAR NAS RUAS OS SEUS HERÓIS”.

Na Copa seguinte, a  UH já sentia os efeitos da ditadura civil-militar instalada no país. Samuel Wainer – apoiador de João Goulart, presidente deposto pelo golpe militar – teve de se exilar e permaneceu fora do país, longe de seu jornal, até 1967. Mas a cobertura de 1966 ainda apresentava as características do jornal e não sofria problemas financeiros tão graves como os enfrentados no mundial de 1970. De toda forma, foi uma campanha curta: a seleção brasileira foi eliminada ainda na primeira fase, de forma vergonhosa para um bicampeão mundial. Da manchete “PELÉ ABRIU O CAMINHO” (UH, 13/7/1966), sobre o jogo de estreia e única vitória brasileira no mundial, até as manchetes “ASSIM O TRI FOI DESTRUÍDO” e “COMISSÃO É CULPADA” (UH, 20/07/1966) passou apenas sete dias. Um dos responsáveis pela cobertura desse mundial e formulador das críticas ao trabalho da comissão técnica e da Confederação Brasileira de Desportes (CBD) foi o cronista de futebol da UH, João Saldanha, nada mais que o controverso técnico da preparação da seleção tricampeã de 1970.

A figura de Saldanha é muito representativa  para o fato de o futebol ter se tornado uma “estrela” na UH: o técnico e cronista de futebol não o tratava como um simples assunto; ele discutia as disputas políticas na CBD, apresentava os bastidores de conchavos entre dirigentes do futebol e apontava os males trazidos por este esporte ter virado um negócio lucrativo. Acima de tudo, tratava o futebol como um assunto importantíssimo para o povo brasileiro. Apresentamos aqui cinco edições da UH carioca que têm como tema central as Copas do Mundo de 1962 e 1966, nas quais é possível observar um grande movimento de mudanças nas coberturas jornalísticas de esportes.   

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07/06/1962



14/06/1962


19/06/1962


13/07/1966


20/07/1966