DEOPS/SP: As várias faces de um acervo
Edição: nº 1 - Abril/2013

 

 
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Acervo DEOPS/SP

O DEOPS/SP, denominado Delegacia de Ordem Política e Social em sua origem e, posteriormente, como última denominação, Departamento Estadual de Ordem Política e Social, foi criado em 30 de dezembro de 1924, através da Lei nº 2.034/24, que visava reorganizar a polícia do Estado. Esse órgão tinha como objetivo prevenir e reprimir delitos considerados de ordem política e social contra a segurança do Estado. Para isso, desenvolveu um grande aparato para monitoramento das atividades de pessoas e grupos considerados potencialmente perigosos à ordem vigente.

Um dos principais instrumentos utilizados por essa vigilância foi a documentação: o acervo DEOPS/SP foi constituído, ao longo dos anos, pela documentação produzida por esse órgão e também de documentos apreendidos pelos órgãos de repressão. Sendo assim, podemos entendê-la como um espelho da forma de funcionamento das estruturas repressivas no estado de São Paulo.

O contexto de instalação do DEOPS remete a uma época em que ocorreram agitações e mobilizações políticas no país, como greves trabalhistas, a formação do Partido Comunista do Brasil (PCB) e o movimento tenentista. O DEOPS/SP permaneceu em atividade até 1983, atravessando distintas conjunturas políticas e econômicas. Mesmo em períodos ditos democráticos, como no da República Liberal de 1945-1964, ele se manteve em operação.

Para cada período de atuação, o seu arquivo revela quais os principais indivíduos e grupos temidos pela ordem: quando da criação do DEOPS, no governo de Arthur Bernardes, os anarquistas e comunistas operários constituíam a maioria dos fichados pela polícia política; já nos anos do governo de Getúlio Vargas, que correspondiam à Segunda Guerra Mundial, o “perigo” mais vigiado eram os imigrantes com nacionalidade ligada ao Eixo.

O DEOS/SP

Salas internas do DEOPS/SP: Serviço secreto: arquivo e fichário.
Acervo DEOPS/S, nº eletrônico DEOPS126204B_0015.


Durante a ditadura civil-militar brasileira, não houve apenas um foco, fazendo com que a política de vigilância tomasse grandes contornos – o que fez crescer consideravelmente o seu acervo documental. Nesses caminhos da repressão, foi constituído o acervo DEOPS/SP: um conjunto documental formado por 1.173 metros lineares de documentação, com 150 mil Prontuários (Nominais e Temáticos), 13 mil pastas de dossiês e aproximadamente 2 milhões de fichas.

 

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