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  Fotografias - Negativos da UH

Entre os diversos tipos de suportes de fotografias, o negativo flexível é um dos mais frágeis: irremediavelmente sujeito a deterioração - inerente ao material plástico de que é constituído (nitrato ou acetato de celulose), é também muito vulnerável a interferências externas (grandes variações de temperatura e umidade, presença de poeira e de gases poluentes e manipulação incorreta). Além disso, sua visualização exige condições muito específicas (mesa de luz e uso de lupa de magnificação) e implica em pesquisas bastante demoradas. Dessa condição do negativo flexível, vem a importância do projeto desenvolvido, através do qual é possível disponibilizar as informações contidas nesses documentos e ao mesmo tempo preservá-los.

As especificidades dos documentos aqui apresentados vão além: esses negativos foram produzidos pelos fotógrafos do jornal para os mais diversos fins. Para cada pauta, para cada matéria, podiam ser gerados diversos filmes de negativos. Em um segundo momento esses filmes eram selecionados e eram escolhidas as fotografias para ilustrar a matéria publicada no jornal. Assim, os documentos apresentados nessa página possuem características bastante importantes: tratam-se muitas vezes de imagens inéditas, não publicadas em nenhum outro veículo de divulgação; permitem vislumbrar o processo criativo de cada um dos profissionais envolvidos (fotógrafos, repórteres e editores) e ainda possibilitam a análise dos processos de edição do próprio jornal.

Esse resultado foi possibilitado por duas grandes etapas de tratamento, descritas a seguir.

A primeira etapa se concentrou na questão arquivística, que incluiu todo o Fundo Última Hora. Na parte específica dos negativos, foram realizados procedimentos para a preservação da organização original desses documentos, tal como era em seu órgão produtor, respeitando o princípio da proveniência1. Para isso, a identificação de cada documento seguiu a organização de “missões fotográficas": um fotógrafo era designado para cada pauta ou assunto a ser coberto pelo jornal, sendo missão a série de fotografias resultantes dessa cobertura fotográfica. Assim, o título da missão, que geralmente é o assunto sobre o qual ela trata, foi mantido - e transcrito - a partir dos envelopes originais, para a embalagem atual dos negativos e para o banco de imagens aqui disponível para consulta. Por conta dessa etapa de trabalho, pode existir alguma dificuldade no momento da consulta, como missões estarem sem título, imagens não corresponderem ao título da missão e até mesmo imagens de assuntos diferentes estarem presentes na mesma missão. Essas situações não ocorrem por erro do sistema, de inserção de informação ou por problemas na organização dos negativos. Na verdade, estavam presentes na organização primária do jornal, e provavelmente resultam de pequenos problemas cotidianos de uma equipe de  redação atribulada de um periódico. Continuamos trabalhando para criar mecanismos que facilitem a pesquisa.

A segunda etapa do tratamento se concentra na conservação e preparação das imagens para pesquisa. Inicialmente, os negativos são inventariados por lote (todo o acervo Última Hora conta com aproximadamente 390 caixas-arquivo de polionda), detalhando-se o número de missões, de fotografias por missão, o formato dos negativos – que variam de 4x5 polegadas a 35mm –, as características do suporte do negativo (nitrato de celulose ou acetato de celulose) e suas condições de conservação (em bom estado, deteriorado ou muito deteriorado). Uma vez inventariado, o material é encaminhado para higienização e reacondicionamento. Nessa etapa, são transcritas as informações dos envelopes originais – que normalmente são de papel ácido e costumam estar em péssimas condições de conservação (geralmente rasgados e esfarelando) – para as novas embalagens, desenvolvidas em material estável e não reagente. Em seguida, temos a etapa de digitalização, em que é feita a captura digital das imagens a partir de uma câmera de alta resolução.

Os arquivos digitais são, então, complementados com a inserção de metadados: as informações de captura (data, regulagens eletrônicas da câmera e tamanho e características do arquivo original) já fazem parte do arquivo digital gerado, e a essas informações são adicionadas aquelas referentes à imagem em questão, como número da missão, quantidade de imagens da missão, assunto, data e fotógrafo. Nessa etapa, é atribuído um número ao arquivo eletrônico. As etapas de transcrição e de inserção de metadados são conferidas, a fim de garantir que não houve perda ou alteração de informação. Após essa etapa, os negativos são destinados ao armazenamento definitivo, em depósito climatizado e monitorado regularmente.

Os arquivos digitais passam pelo “tratamento de imagem”: são feitas correções básicas, inversão para positivo, aplicação de marca d’água e gravação final em arquivos de trabalho, gerados em dois formatos, um em JPEG, de fácil visualização, e um TIFF, de qualidade de impressão gráfica. Finalmente, as imagens em JPEG são inseridas em um banco de dados, editadas (separando-se aquelas que podem representar qualquer tipo de agressão visual, invasão de privacidadee as muito repetidas) e inseridas no banco de pesquisa disponibilizado na internet.

O projeto permanece em curso, portanto o banco será constantemente atualizado com novas imagens, novas informações e com o aprimoramento do instrumento de pesquisa, a fim de proporcionar um processo cada vez mais ágil e completo de busca.


1Segundo Heloísa Bellotto, a procedência consiste em deixar agrupados, sem misturar a outros, os documentos provenientes de uma administração, de um estabelecimento ou de uma pessoa física ou jurídica determinada. Está contido nesse pressuposto o princípio da ordem original, que indica que se deve manter a ordem e a classificação dada originalmente pela instituição/pessoa geradora da documentação, refletindo assim os processos que os geraram. (BELLOTTO, H. L. Arquivos permanentes: tratamento documental. 4. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006.).


NOTA TÉCNICA

O item “descrição” apresenta o total de imagens que integra a missão fotográfica. Em alguns casos optamos por não disponibilizar a imagem para consulta aberta pela internet (aquelas de conteúdo violento ou íntimo ou também as muito deterioradas).

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