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O surgimento das ferrovias paulistas

A existência de ferrovias no Brasil tem como marco inicial o ano de 1854, data de inauguração da estação que ligava Mauá a Fragoso, no Rio de Janeiro. Em São Paulo, a era ferroviária tem início em 1867, com a inauguração do ramal Santos-Jundiaí pela Companhia São Paulo Railway.

Foi da conjugação de investimento e incentivos públicos com grande parte de recursos do café que se tornou possível a construção da malha ferroviária paulista e sua posterior expansão no decorrer do século XIX e início do século XX.

O maior desenvolvimento ferroviário em São Paulo ocorreu entre 1880 e 1890. A expansão do plantio do café, aliada à expansão da malha ferroviária, impulsionou o povoamento do noroeste paulista e foi o resultado indireto da construção de Estradas de Ferro inicialmente destinadas à substituição da tração animal no transporte da mercadoria – outrora realizado por mulas –, que onerava o preço do produto.

Se até certo momento foram construídas visando ao escoamento das lavouras existentes, a partir de 1890 as ferrovias passaram a ser utilizadas como indutoras do plantio em novas áreas, com vistas à expansão agrícola cafeicultora em direção ao interior paulista.

A expansão agrícola só foi possível devido ao excedente de mão de obra gerado pela onda migratória oriunda da Europa e financiada pelo Estado brasileiro, fato relacionado à questão da proibição do tráfico negreiro no país a partir de 1850[*1] – que induziu a utilização de mão de obra imigrante em substituição à escrava – e à questão da promulgação da Lei de Terras[*2] – que coibia a ocupação das terras de forma livre, sem prévia indenização ao Estado, impedindo, assim, que os imigrantes se tornassem proprietários de lavouras com facilidade.

Apesar de as ferrovias terem sido construídas, num primeiro momento, sem planejamento, elas acabaram por delinear um traçado razoavelmente objetivo, ocupando os pontos cardeais do estado num caminho que invariavelmente desembocava no porto de Santos, tendo sido, assim, fundamentais para o escoamento da produção agrícola paulista rumo ao mercado externo.




EMBARQUE de café no Porto de Santos. 1920. 1 fotografia, p&b, 16 cm x 21 cm. Acervo Apesp / MI.

COMISSÃO GEOGRÁFICA E GEOLÓGICA DE SÃO PAULO. Carta Geral do Estado de São Paulo. São Paulo, 1929. 1 mapa, 33 cm x 53 cm. Escala 1:2000000. Acervo Apesp. Coleção Mapoteca.

Arquivo Público do Estado de São Paulo